nunca entenderás o que ainda nos liga. nem eu. sequer entenderás se ainda há o que nos ligue. nem eu. nunca entenderás se é capricho, se é porque me esqueci de esquecer, se não é nenhuma das duas. nem eu. porque, na verdade, pouco isso importa. se pensar bem, entender é o que menos importa. o que menos me importa. talvez nunca vá perder tempo a explicar o porquê ou talvez esteja a tentar fazê-lo agora. mas quando nos sentarmos a falar sobre isto há coisas que direi que serão intemporalmente verdade. sim, porque há verdades tão passageiras como o vento. se não nos sentarmos, há coisas que já me disse e que são as mesmas. ainda são as mesmas. no milhão de vezes que tentei entender o que não é para ser entendido. sentada. deitada, a maior parte das vezes. há um peso que me obriga a deitar os ombros sobre a almofada. talvez o do meu sorriso.
quando me lembro da dificuldade de dizer "bom dia", de ser simpática, de conviver, de fazer amigos, de espalhar a boa disposição... é como se o tempo parasse por segundos para me dar tempo a lembrar-me mesmo. a valorizar quão bom é saber fazer o contrário. quando me lembro que não nutria qualquer interesse por viagens (sim!), isso faz parte de uma memória tão distante e estranha que parece nem me pertencer. mas é importante perceber que eu nem sempre fui como sou hoje... e mais... fui mais anos o que não sou hoje. ainda que fechar-me no meu mundo será um velho hábito confortável do qual, dificilmente, algum dia me libertarei. nem sei se quero. talvez seja bom deixares-me ficar com algo que seja verdadeiramente meu. que nasceu comigo. queiras ou não, ficarás, até ao final dos meus dias, como responsável do lucro que eu recolher de tudo o resto.
cada "olá" que eu sorrir, foste tu que me ensinaste como fazer. cada convite que fizer, vou lembrar-me quem me disse que se pode convidar sem pedir nada em troca. cada estranho que receber na minha casa, vou saber que a partilha que dali advier foi proporcionada por ti. cada pessoa que eu fizer rir, vou agradecer-te por me teres demonstrado que se ganha mais quando se dá. cada vez que os meus olhos brilharem, estarão apenas a espelhar o brilho dos teus. cada lágrima que deixar tocar nos meus ombros, será um agradecimento eterno de te teres cruzado na minha vida. cada vez que me disserem "és linda", vai ser a tua voz que vou ouvir, por teres sido tu a desenhar a minha felicidade.
mesmo que não entendas, nem eu, consigo lembrar-me perfeitamente que foi o brilho dos teus olhos que acordou a minha alma para novos dias. ninguém me tinha antes falado em paixão de viver. nem tu. mas antes mostraste-me em palavras, sorrisos (e risos!)... e no brilho dos teus olhos... o que tal estranha sensação era. e oh! como me lembro de ser estranha...! como o gosto da cerveja ou do vinho, antes de, verdadeiramente, os apreciar.
desisto de escrever sempre que começo porque se torna repetitivo limpar as mesmas lágrimas e ler sobre o que tanto já sei. mas há dias que me lembro tão bem das coisas que me deste que seria demasiado egoísmo não tas agradecer. as coisas que me davas eram tão grandes (e pequenas...) que não conseguia conter todas e ia contar à minha mãe. usava muitas vezes a palavra "nojo" e "jamais" mas, sem eu saber, tinhas plantado pequenas (grandes...) sementes de curiosidade por todo o meu corpo. usava essas palavras intercaladas com frases embrulhadas em puro entusiasmo. sem dar conta. anos mais tarde, quando voltei a falar de ti à minha mãe, ela lembrava-se "ah, aquele rapaz que esteve na índia e de quem estavas sempre a contar histórias". claro que ela não se podia ter esquecido... devia ter-lhe dito, "sim mãe, aquele rapaz que fez de mim grande parte do que sou hoje".
faltam-me as palavras para descrever as sensações que me invadiam durante e sobretudo depois de estar contigo. como se tivesse ingerido um medicamento, cujos efeitos secundários fossem incómodos e de longa duração... mas do qual dependia a minha felicidade. era estranho perceber que havia mais para além do meu pequeno cantinho, mais formas de viver, mais formas de encarar a vida, todo um mundo lá fora. mas o mais estranho era perceber tudo isto pelas palavras de uma única pessoa. e do brilho nos teus olhos. como se tivesse chegado a minha hora. a hora de começares a viver. vou mostrar-te como se faz.
nunca entenderás como é que em dois meses me viraste a vida de pernas para o ar. nem eu. nunca entenderás porque escolhi viver com o livro das tuas palavras às costas - porque não te posso levar a ti. nem eu. nunca entenderás o porquê de insistir nesta pequena história do passado e de lhe dar tamanha importância. nem eu. mas que interessa isso?
afinal, se pensar bem, amar-te é mesmo o que menos importa. o que menos me importa.
quando me lembro da dificuldade de dizer "bom dia", de ser simpática, de conviver, de fazer amigos, de espalhar a boa disposição... é como se o tempo parasse por segundos para me dar tempo a lembrar-me mesmo. a valorizar quão bom é saber fazer o contrário. quando me lembro que não nutria qualquer interesse por viagens (sim!), isso faz parte de uma memória tão distante e estranha que parece nem me pertencer. mas é importante perceber que eu nem sempre fui como sou hoje... e mais... fui mais anos o que não sou hoje. ainda que fechar-me no meu mundo será um velho hábito confortável do qual, dificilmente, algum dia me libertarei. nem sei se quero. talvez seja bom deixares-me ficar com algo que seja verdadeiramente meu. que nasceu comigo. queiras ou não, ficarás, até ao final dos meus dias, como responsável do lucro que eu recolher de tudo o resto.
cada "olá" que eu sorrir, foste tu que me ensinaste como fazer. cada convite que fizer, vou lembrar-me quem me disse que se pode convidar sem pedir nada em troca. cada estranho que receber na minha casa, vou saber que a partilha que dali advier foi proporcionada por ti. cada pessoa que eu fizer rir, vou agradecer-te por me teres demonstrado que se ganha mais quando se dá. cada vez que os meus olhos brilharem, estarão apenas a espelhar o brilho dos teus. cada lágrima que deixar tocar nos meus ombros, será um agradecimento eterno de te teres cruzado na minha vida. cada vez que me disserem "és linda", vai ser a tua voz que vou ouvir, por teres sido tu a desenhar a minha felicidade.
mesmo que não entendas, nem eu, consigo lembrar-me perfeitamente que foi o brilho dos teus olhos que acordou a minha alma para novos dias. ninguém me tinha antes falado em paixão de viver. nem tu. mas antes mostraste-me em palavras, sorrisos (e risos!)... e no brilho dos teus olhos... o que tal estranha sensação era. e oh! como me lembro de ser estranha...! como o gosto da cerveja ou do vinho, antes de, verdadeiramente, os apreciar.
desisto de escrever sempre que começo porque se torna repetitivo limpar as mesmas lágrimas e ler sobre o que tanto já sei. mas há dias que me lembro tão bem das coisas que me deste que seria demasiado egoísmo não tas agradecer. as coisas que me davas eram tão grandes (e pequenas...) que não conseguia conter todas e ia contar à minha mãe. usava muitas vezes a palavra "nojo" e "jamais" mas, sem eu saber, tinhas plantado pequenas (grandes...) sementes de curiosidade por todo o meu corpo. usava essas palavras intercaladas com frases embrulhadas em puro entusiasmo. sem dar conta. anos mais tarde, quando voltei a falar de ti à minha mãe, ela lembrava-se "ah, aquele rapaz que esteve na índia e de quem estavas sempre a contar histórias". claro que ela não se podia ter esquecido... devia ter-lhe dito, "sim mãe, aquele rapaz que fez de mim grande parte do que sou hoje".
faltam-me as palavras para descrever as sensações que me invadiam durante e sobretudo depois de estar contigo. como se tivesse ingerido um medicamento, cujos efeitos secundários fossem incómodos e de longa duração... mas do qual dependia a minha felicidade. era estranho perceber que havia mais para além do meu pequeno cantinho, mais formas de viver, mais formas de encarar a vida, todo um mundo lá fora. mas o mais estranho era perceber tudo isto pelas palavras de uma única pessoa. e do brilho nos teus olhos. como se tivesse chegado a minha hora. a hora de começares a viver. vou mostrar-te como se faz.
nunca entenderás como é que em dois meses me viraste a vida de pernas para o ar. nem eu. nunca entenderás porque escolhi viver com o livro das tuas palavras às costas - porque não te posso levar a ti. nem eu. nunca entenderás o porquê de insistir nesta pequena história do passado e de lhe dar tamanha importância. nem eu. mas que interessa isso?
afinal, se pensar bem, amar-te é mesmo o que menos importa. o que menos me importa.