afinal de que seria feita a minha vida?
pouco.
só viver não me chega.
deixem-me falar sozinha
acordar e ficar na cama de olhos abertos
ou fechados
deixem-me parar no tempo
quanto tempo eu precisar
deixem-me.
porque é nesses momentos que eu mais vivo
que vou mais longe
onde têm lugar as coincidências
os romances
os olhares
as rosas e as músicas
os beijos também.
vou onde quiser e estou com quem desejo
longe
ou até mesmo aqui.
pode ser aqui
mas deixem-me sonhar.
de entre a pequenez do meu mundo
deixem-me sair
que voltar tenho sempre.
choro.
deixem-me chorar
adoro chorar
todos os dias.
torna tudo tão real e tão distante.
podia contar mil histórias
sonhos
sem nunca um fim.
a vida é feita de fins
mas quando sonho não há fins
não há dias nem horas
há momentos
intemporais
tão próximos da memória quanto os outros
os que existiram
onde há mais alguém que se lembra
isso é pena.
podia mais alguém lembrar-se do que sonho
sentir, ver e viver o que fabrico.
mas se é isso que me enche…
assim seja
só quero que me deixem sonhar.
e ir quando sonho.
e chorar quando vou.
também quando venho.
deixem-me enterrar-me no meu romantismo
doentio
nos encontros que nunca vão acontecer
e nas palavras que não vou ouvir
nos beijos e abraços que apenas anseio
na paixão arrebatadora
que não tem lugar
nem eu quero que tenha.
deixem-me cantar-lhes melodias
tristes e melancólicas
com a voz trôpega e trémula
transbordante de emoções
deixem-me chorar pelas surpresas
pelo carinho
pelos gestos
que de outro modo
só poderei chorar pela sua ausência.
deixem-me sorrir de uma infinita felicidade
porque assim ela é minha
posso senti-la e vivê-la
deixem afundar-me na solidão
porque afinal é ela que me preenche
e não a que me mata ou me afasta…
deixem-me sonhar, peço.
não me obriguem só a viver.
porque é tão pouco…
12 novembro 2008 , porto
os beijos também.
vou onde quiser e estou com quem desejo
longe
ou até mesmo aqui.
pode ser aqui
mas deixem-me sonhar.
de entre a pequenez do meu mundo
deixem-me sair
que voltar tenho sempre.
choro.
deixem-me chorar
adoro chorar
todos os dias.
torna tudo tão real e tão distante.
podia contar mil histórias
sonhos
sem nunca um fim.
a vida é feita de fins
mas quando sonho não há fins
não há dias nem horas
há momentos
intemporais
tão próximos da memória quanto os outros
os que existiram
onde há mais alguém que se lembra
isso é pena.
podia mais alguém lembrar-se do que sonho
sentir, ver e viver o que fabrico.
mas se é isso que me enche…
assim seja
só quero que me deixem sonhar.
e ir quando sonho.
e chorar quando vou.
também quando venho.
deixem-me enterrar-me no meu romantismo
nos encontros que nunca vão acontecer
e nas palavras que não vou ouvir
nos beijos e abraços que apenas anseio
na paixão arrebatadora
que não tem lugar
nem eu quero que tenha.
deixem-me cantar-lhes melodias
tristes e melancólicas
com a voz trôpega e trémula
transbordante de emoções
deixem-me chorar pelas surpresas
pelo carinho
pelos gestos
que de outro modo
só poderei chorar pela sua ausência.
deixem-me sorrir de uma infinita felicidade
porque assim ela é minha
posso senti-la e vivê-la
deixem afundar-me na solidão
porque afinal é ela que me preenche
e não a que me mata ou me afasta…
deixem-me sonhar, peço.
não me obriguem só a viver.
porque é tão pouco…
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