óbvio e inevitável

um dia disse "acho piada brincar contra o óbvio e o inevitável". e hoje descobri que é verdade.

um dia tive um sonho...

um dia tive um sonho. vinha vestido de amarelo e tinha um sabor doce. a cerejas e frutos que mancham. trazia com ele um mundo coberto de coisas difíceis de alcançar. trazia cestos com colheitas de tristezas e mágoas. trazia também risos e lágrimas. e sorria. a boca, rasgada de sonhos. os olhos espelhavam um lugar longe e expectante. os pés tocavam o chão. ansiosos. estava de passagem e o que trazia com ele era o que ainda ia colher. e veio vestido de amarelo.

está quase...

na verdade está ser custoso terminar o curso de sete anos de arquitectura, que tirei na faculdade do porto... um misto de incredibilidade, exaustão, inércia e felicidade. nem sempre fáceis de gerir quando se misturam. os nervos não me têm abandonado, mas são particularmente insistentes quando a inércia me faz mastigar o texto da tese de mestrado, sem avançar uma linha que se aproveite. todo um mundo lá fora espera-me e isso deixa-me extremamente inquieta. essa inquietação devia dar-me a genica suficiente para acabar num instante a tese e seguir em frente. mas não. ocupa-me o pensamento a toda a hora e muitas vezes sobrepõe-se ao trabalho. como agora.

iniciar o blog - a 7 de Outubro - seria sinónimo de fim e começo, mas o fervilhar de emoções têm, por vezes, de ser libertados... e este pequeno desabafo foi mais forte. obrigada.